sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Especial Bullying – Abra os Olhos, com Alessandra Dias

O Blog do Oftam aproveita o Especial Bullying para publicar o segundo perfil da seção Abra os Olhos, que desta vez conta a história da paulistana Alessandra Dias.

Quer ser o próximo a ter a história contada aqui? Então não perca tempo! Se você tem boas histórias para compartilhar sobre os impactos do estrabismo e do tratamento em sua vida, escreva já para blogdooftam@gmail.com.

Aproveite para ler o primeiro perfil da seção, clicando aqui.

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A securitária Alessandra Dias, 30, mãe de dois filhos, hoje lida com humor ao ser questionada sobre o estrabismo, ainda que a doença tenha lhe tirado 100% da visão no olho esquerdo.

“Desde muito pequena, não me lembro de olhar no espelho e não ser estrábica”, brinca. A vida corrida, cheia de tarefas e sem qualquer limitação, fez com que não sobrasse mais tempo para pensar nessa característica.

Prova disso é a indiferença com que reage aos olhares alheios - e insistentes. Quando isso acontece, ela pensa, sem perder a descontração: “devo estar realmente bonita”.

Mas custou o tempo da infância e de parte da adolescência de Alessandra para solidificar essa auto-estima, com a ajuda do oclusor oftálmico, óculos e exercícios ortópticos.

“Quando mais nova, era péssimo, como para qualquer pessoa que possui alguma limitação”, admite consciente da inocência nessa fase da vida, ainda que perceba os olhares das crianças. “Não é preconceito, eles querem saber de tudo – e encaram mesmo!”.

Para driblar os típicos altos e baixos que chegam com a juventude, ela adotou uma postura positiva: “procurei ser destaque na sala de aula não pelos apelidos de “vesga”, “zarolha” – enfim, pelo meu “defeito”, e sim pela inteligência, as melhores notas, a leitura (que eu acredito ter o poder de mudar as pessoas) e ganhar popularidade por ser descolada e diferente!”.

Mesmo assim, ela teve que abandonar um curso de inglês pela reação dos alunos ao seu estrabismo, e por “travar” quando tinha que falar. Isso, logo na área em que os três irmãos são professores e coordenadores de escolas.

Para os pais de uma criança estrábica, ela recomenda conversa, tratamento (“quanto antes melhor”) e nada de comodismo, já que o momento de confusão da infância e adolescência fica pior com a doença e dificulta o aprendizado.

Palavras finais, Alessandra?: “Corram atrás dos sonhos, não importa qual seja ele. O estrabismo não nos faz piores nem impede a felicidade. Nada pode parar um homem quando ele acredita em seu objetivo”.

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