terça-feira, 31 de agosto de 2010

Abra os Olhos - Tatiane Brandão

Abra os Olhos é a nova seção criada pelo Blog do Oftam para troca de experiências entre pessoas que convivem ou já superaram o estrabismo, afecção que ainda carrega uma forte carga de estigma social.

Se o diagnóstico e o tratamento do estrabismo impactaram a sua vida, que tal ser o próximo a compartilhar essa história com os demais leitores do blog?? Entre em contato conosco pelo e-mail: blogdooftam@gmail.com.

Para inaugurar o espaço, a paulistana Tatiane Brandão, de 20 anos.

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Com gostos comuns a todo adolescente – música, leitura, filmes, viagens, piercing e... sonecas! –, além de um namorado especial e compreensivo à sua condição, a estudante de secretariado executivo Tatiane Brandão, 20, já passou por maus bocados no começo da juventude.

Foi isolada devido às ‘zoações’, inclusive pelo fato de ter ‘ficado’ com só um garoto durante o Ensino Médio. O preconceito era tanto que inventava motivos para faltar às aulas, e congelava só de imaginar apresentação de trabalhos.

“Sabia que quando estivesse ali na frente todos ririam de mim”, relembra. Ela culpa a época pela perda de auto-estima. “Levo marcas até hoje, foi marcante e triste, ter que ignorar ser chamada de “zarolha”, “vesga”, “caolha”... Mas tenho melhorado bastante”, comemora, citando o apoio da mãe nos momentos difíceis.

Infância

Nem sempre foi assim. Tatiane não nasceu estrábica, e quando a forte afecção foi diagnosticada (“enquanto um ‘olho’ ficava fixo, o ‘outro’ quase sumia do globo”), entre os 3 e 4 anos de idade, ela continuou levando uma infância normal, sem memórias de rejeição.

“Foi uma das melhores fases da minha vida”, comenta – um contraste, ela diz, com a situação vivida na adolescência.

Submetida a cirurgia com 9 anos, depois de tratamento na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Tatiane fez uso do bom e velho oclusor ocular – mais conhecido como tampão, que ajuda a fortalecer a musculatura do olho estrábico ao cobrir a visão do outro.

A operação não corrigiu o problema por completo, e hoje ela usa lente de contato e óculos para não forçar a vista e provocar o estrabismo. No entanto, aprendeu a lidar melhor com a característica: “hoje é indiferente na minha vida”.

Há dois anos ela pensou em operar novamente, mas acabou aceitando a própria diferença.

“Pode parecer clichê, mas acredite em si mesmo, na sua capacidade e força de vontade, sem deixar se abalar”, é o recado de Tatiane. “Adolescentes sempre tentam rebaixar os outros, mas quando virarem adultos, o estrabismo não mostrará quem é melhor ou pior”.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Stress também pode ser sinal de um estrabismo 'silencioso'

Quando sintomas como ardência nos olhos, visão embaçada e dor de cabeça aparecem, são logo associados - com razão, à correria da vida moderna. Ou ainda, à presença de muitos estímulos eletroeletrônicos no ambiente.

Mas esses incômodos que surgem de esforços visuais prolongados (como a leitura ou tempo demais em frente à TV ou computador) podem ser o alerta para outra questão: o chamado estrabismo latente ou não manifesto.

Não é só quem tem dificuldade de focalizar os dois olhos sobre um objeto que pode ser diagnosticado como estrábico. Essa afecção, ainda que provoque pouca ou quase nenhuma mudança estética, merece a atenção de quem quer estar sempre em dia com a saúde.

Se você se enquadra no exemplo, procure fazer pausas se trabalhar muitas horas em frente ao computador - ou abusar do videogame a tarde inteira. Ambientes com menos iluminação são a dica para essas "escapadas" - sem culpa, seja da obrigação ou do divertimento.

Se o problema persistir, não pense duas vezes em procurar um médico. Só ele saberá dizer se um oftamologista é a melhor indicação para as suas queixas.


Yoomp